Especialização Mídias na Educação - UFPR

Espaço destinado a postagem de minhas reflexões, construções, produções durante o percurso enquanto participante do Curso de Especialização: Mídias na Educação, pela UFPR.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Incerteza e aprendizagem

Em um ambiente virtual de aprendizagem (distância) assim como uma sala de aula (presencial) é importante oportunizar momentos em que o cursista possa expor sua forma de pensar sobre o assunto discutido, porém, isso se dá de forma diferenciada. A distância, a participação acontece por meio da escrita e é através dela que mostramos nossa cara no ambiente, que construímos novas ideias, discutimos, interagimos. No presencial, esse processo se dá, na maioria das vezes, por meio da oralidade, o que para muitos é um martírio. Em grande parte da minha vida escolar, fui treinada para aprender e não para questionar ou expor minha forma de pensar.Lembro, inclusive, que na época da faculdade (e olha que não faz tanto tempo assim), minha professora de didática não nos deixava participar das discussões que propunha. Essa postura, ao meu ver, vinha na contra-mão do conteúdo que era apresentado por ela pois, se falava na importância de oportunizar ao aluno situações em que ele pudesse desenvolver sua criticidade, no entanto, a prática era contraditória.
Lembro-me bem que nos primeiros cursos a distância que participei encontrava muita dificuldade em postar alguma coisa nos fóruns ou questionar ou contribuir com os apontamentos dos colegas, isso deve ter se dado por conta das fustradas experiências que tive no presencial. Aos poucos, essa insegurança foi se quebrando e passei a interagir naturalmente e, inclusive, passei a pegar gosto pela coisa. Mesmo assim ainda tenho receio de ser mal-interpretada ou de não ser clara ao compartilhar meus apontamentos. Acredito ser muito importante em um curso a distância o que sentimos durante todo o percurso, principalmente, no que diz respeito a interação. Sentir que não estamos sozinhos, que partilhamos das mesmas angústias; a possibilidade de contruir novos olhares, concordar ou discordar de maneiras de pensar; tudo isso, sem dúvida, traz vida àquilo que poderia ser considerado um simples recurso tecnológico e mais do que isso, pode contribuir satisfatoriamente com nosso aprendizado.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Pausa para pensar...

Esses dias atrás, em conversa informal com uma professora resistente ao uso das tecnologias, comentei que, ao meu ver, o professor não tem a obrigação de utilizar as mídias em sala de aula, porém, enquanto educador, ele precisa sim, conhecer estes recursos, analisá-los, refletir sobre o seu uso na prática pedagógica e aí sim, estabelecer um parecer sobre a viabilidade de sua utilização. Não podemos nos manter em nossa zona de conforto, observando de longe o que se passa dentro da escola e, desta forma, estabelecermos nosso parecer sem antes conhecermos e nos adequarmos aos recursos. Não podemos, também, acreditarmos que ao utilizarmos as mídias em sala de aula nossos problemas serão sanados. Mais importante do que a utilização de qualquer recurso sempre será, ao meu ver, a intervenção do professor.

Professor=Pesquisador!

Objetivo, planejamento! Palavras-chaves para o bom uso das mídias. Infelizmente, muitas vezes, falta tempo para nós professores pequisarmos e prepararmos um bom material. A internet oferece tudo aquilo que precisamos, porém, precisamos filtrar e analisar com cautela as informações e os recursos a que temos acesso. E falando em pesquisa, acredito eu que estamos em um momento em que isso está em evidência como uma das principais características dos profissionais da educação, pois, sem a pesquisa e a análise cautelosa do professor em meio a tantos recursos midiáticos é praticamente impossível realizar um trabalho de qualidade.

Recursos Midiáticos na escola

Ao utilizar as mídias em sala de aula temos a possibilidade de aproximar, mesmo que um pouco, a escola da realidade do aluno. Desta forma, aos olhos deles, as aulas sem dúvida, se tornam mais atrativas e interessantes.
Os recursos midiáticos por si só dão mais vida as aulas, porém, a intervenção do professor é mais importante do que a simples utilização do recurso. O recurso aliado a esta intervenção pode proporcionar avanços e resultados satisfatórios à prática pedagógica proporcionando ao aluno, possibilidades diversificadas de visualizar um determinado conteúdo, desenvolver atividades além de motivá-los despertando o seu interesse e vontade para realizá-las.

Recurso Tecnológico Digital: Blog

O blog é uma página na Internet cuja estrutura permite a atualização rápida a partir de acréscimos dos chamados artigos, ou "posts". Estes são, em geral, organizados de forma cronológica inversa, tendo como foco a temática proposta do blog, podendo ser escritos por um número variável de pessoas, de acordo com a política do blog. O autor, ou seja, o blogueiro dá ao seu espaço uma identidade e nele insere diariamente ou esporadicamente sua postagem relatando o que fez de interessante em seu dia, poesias, músicas, desabafos, críticas, enfim, tudo o que sentir vontade ou for de seu interesse.
O blog é uma ferramenta em que o autor tem a possibilidade de compartilhar com os outros suas descobertas e também, expor um pouco de si.
O blog cria comunidades virtuais as quais, dentro da blogosfera, se encontram e se unem através de links agrupando-se através de interesses em comum. Unindo-se, defendendo, expondo e discutindo sobre suas inquietações e ainda, compartilhando produções.
Segundo STAA (2006): “o blog é um site cujo dono usa para fazer registros diários, que podem ser comentados por pessoas em geral ou grupos específicos que utilizam a Internet. Em comparação com um site comum, oferece muito mais possibilidades de interação, pois cada (texto publicado) pode ser comentado”.
Por ser um recurso que permite que a produção, a publicação e a interação entre o escritor e o público leitor se dêem em um único ambiente facilita sua administração e também, dinamiza o ambiente. Criar um blog é muito, não exige conhecimentos diferenciados de informática, nem instalação de programas para a publicação e atualização, além de ser possível encontrar na Internet inúmeros sites que disponibilizam o serviço gratuitamente.
No Blogger (http://www.blogger.com), por exemplo, é possível em uma única conta criar vários blogs. Este serviço possui um painel de administração bastante intuitivo o que permite que qualquer pessoa realize o seu cadastro e utilize as ferramentas sem dificuldades. Além disso, é possível vincular ao blog ferramentas que permitem a inserção de vídeos, imagens, áudios, lista de sites, ou seja, inserção de inúmeros recursos que são capazes de torná-lo mais atrativo e dinâmico.
Por todas essas características e facilidades o blog é, naturalmente, uma ótima opção para utilização em sala de aula. Tanto que hoje, ao fazer uma busca na internet, se é direcionado a inúmeros blogs criados por educadores, especificamente, para serem utilizados em projetos educacionais.
Na Língua Portuguesa, especificamente, o blog pode ser utilizado como um recurso para publicação de textos e imagens produzidas pelos alunos. Pensando em uma 5ª série, por exemplo, uma boa sugestão é utilizar um editor de imagens para criação de um personagem e o blog para a produção de uma história sobre ele. Também, o professor tem a possibilidade de lançar discussões sobre temas polêmicos e instigar os alunos a utilizarem “os comentários” para exporem o que pensam sobre o assunto ou ainda, criar um canal de comunicação entre seus alunos, criando uma espécie de jornal on-line da turma.
Vale enfatizar a importância do professor se permitir conhecer, analisar e verificar o que o mundo virtual pode proporcionar, pois, assim como o blog, existem inúmeras ferramentas capazes de suprir inúmeras necessidades encontradas no dia-a-dia da sala de aula. É preciso, no entanto, ousar e estar disposto a discutir, questionar, construir e navegar pelos mares das possibilidades e, da criatividade.Esta postura consciente é, sem dúvida, a base para a busca de uma melhor qualidade da prática pedagógica o que sem dúvida, irá contribuir significativamente, com o processo ensino-aprendizagem.

SCHITTINE, Denise. Blog: comunicação e escrita íntima na internet. Rio de Janeiro, Ed. Civilização Brasileira, 2004.
MORAN, José Manuel. Mudanças na comunicação pessoal: gerenciamento integrado da comunicação pessoal, social e tecnológica. São Paulo, Ed. Paulinas, 1998.
STAA, Betina Von Staa. Sete motivos para um professor criar um blog. http://www.educacional.com.br/articulistas/betina_bd.asp?codtexto=636, acessado em 27/03/2010.
Wikipedia http://pt.wikipedia.org/wiki/Blog, acessado em 27/03/2010.

Adeus professor, adeus professora?

Na formação de professores, existem dois aspectos a serem considerados: a instrumentalização quanto ao uso dos recursos, ou seja, a adequação técnica da ferramenta e a aplicabilidade destes recursos na prática pedagógica.

Quando o assunto é especificamente a formação de professores para o uso das tecnologias é importante que o professor tenha claro que ele deve, primeiramente, conhecer o recurso, para em seguida, verificar se o seu uso suprirá, de fato, suas necessidades. Vale lembrar que utilizar um recurso não é garantia de que sua aula cumprirá satisfatoriamente o objetivo proposto. O mais importante sempre será a presença do professor e o seu domínio do assunto.

Hoje o professor conta com uma infinidade de recursos, muitos deles idealizados especificamente para auxiliá-lo em sua prática. Há ainda, outros recursos que foram criados para os mais diversos fins, porém, também podem ser utilizados. Ambos necessitam do olhar crítico do professor, o qual o analisará e verificará a viabilidade de utilização; estes recursos só serão úteis se eles vierem de encontro com as necessidades apresentadas, pelo professor, naquele momento.

Sobre a minha formação, em relação ao uso de recursos tecnológicos, tive/tenho o privilégio de trabalhar com profissionais da área que desde o início da minha carreira no magistério me incentivaram e fizeram com que eu me interessasse pelo estudo do uso significativo desses recursos na educação. Particularmente, não consigo visualizar um trabalho com tecnologias sem que este seja colaborativo, desta forma, grande parte da minha formação se deu em trocas informais com profissionais da área além de cursos específicos.

Ainda, na na CRTE (Coordenação Regional de Tecnologia na Educação), temos a possibilidade de auxiliar o professor quanto ao uso desses recursos, seja em relação à adequação de alguma ferramenta ou quanto a aplicabilidade pedagógica destes recursos, desta forma, buscamos contribuir com ele de forma satisfatória indo de encontro com as dificuldades encontradas durante o preparo de suas aulas ou durante o preparo e/ou aplicação de atividades diversificadas na escola, além de quando solicitado, na utilização de AVAs (Ambientes Virtuais de Aprendizagens) em cursos de formação. Considero este processo de extrema importância, pois, a cada nova assessoria pedagógica, como denominamos, nos deparamos com novos desafios e aprendemos algo novo com os professores.

Esferas necessárias para a Formação Continuada

[...] uma cultura científica crítica como suporte teórico ao trabalho docente; conteúdos instrumentais que assegurem o saber-fazer; uma estrutura de organização e gestão das escolas que propicie espaços de aprendizagem e de desenvolvimento profissional;uma base de convicções ético-políticas que permita a inserção do trabalho docente num conjunto de condicionantes políticos e sócio-culturais. (LIBÂNEO, 2002:74)

Apresentação - Mídias na Educação (UFPR)

Ao longo de um curso, principalmente, quando este é na modalidade a distância, percebo que muitas de nossas reflexões são lançadas ao ambiente e depois, com o fechamento do curso não temos mais acesso ao que foi postado, discutido, produzido. Pensando nisso, criei este espaço. Prá mim, servirá para arquivar e compartilhar um pouco daquilo que está acontecendo lá, de certa forma, em quatro paredes.
Fique a vontade para ler, contribuir, interagir.